(IV) almoço inesquecível na salina





Juro que não fui influenciada pelo cenário, as sardinhas foram das melhores que comi, a anchova estava perfeita e do atum nem se fala. Atum da armação dos japoneses, pescado há menos de 48 horas e que ainda fui a tempo de "atacar" em cru. Tudo grelhado na maior das prefeições pelo Manuel Jorge, com anos de prática no "Manel d'Água", o restaurante da família, que entretanto fechou. Deve haver pouca gente em Portugal que saiba grelhar o peixe assim. A salada Montanheira a que o Jorge Raiado chama picadinho e que eu pensava ser para um gaspacho, só pode ter sido feita com amor, aliás como tudo o resto. Amor aos convidados, que fomos tratados que nem uns reis, reis do Sal ou do Algarve, como o vinho, Barranco Longo, produzido pelo Rui Virgínia que foi incansável a abrir garrafas para que ninguém morresse à sede. E a maravilhosa sobremesa feita pelos amigos da Casa Rosada, laranja e brownies, com sal. E mesmo no fim do almoço, o vento ajudou à festa e partiu uma das canas que sustentava o toldo. Foi um almoço inesquecível, a verdadeira cozinha portuguesa no seu melhor.


(II) o sal da vida

 
Sobrevivi ao papagaio da família do Jorge, cujo nome estou arrependida de não ter decorado, just in case. É que não cheguei a perceber se isto era pose para a foto ou vontade de me atacar e desconfio que vou voltar a vê-lo.
Partimos para o almoço e o carro fica estacionado mesmo à porta de um cemitério. Na vida não resisto a muita coisa, entre elas ao sal e a um cemitério. Por mim tinha ficado ali o resto do dia a descobrir o que os vivos nos fazem. Gozei um momento único, de silêncio, sem viv'alma à vista. Estava bem longe de imaginar o que a seguir me esperava. Um globo iluminado pelo sol indica a saída. Vou dirtecta à salina.

(I) viagem ao sal

 
Acabadas de chegar a Castro Marim, o nosso anfitrião, Jorge Raiado, oferece-nos de imediato o chocolate Siopa: finas lamelas de chocolate, de um lado estampado a ouro e do outro cravejado de preciosos cristais Salmarim.

a gosto

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